Os objetivos do tratamento fisioterápico em portadores de doenças neuromusculares é deixar as articulações funcionantes com sua maior flexibilidade possível e dentro do possível permitir ao paciente permanecer em pé e deambular. O prolongamento da capacidade de deambular trás outros benefícios tais como reduzir a osteoporose, melhorar a circulação e contribuir para redução do peso. Estes objetivos são obtidos com alongamentos e exercícios e uso de órteses. Em algumas situações, especialmente na Distrofia Muscular de Duchenne e Becker ocorre encurtamento do tendão de Aquiles, como o mostrado na foto a seguir.
Com esta alteração o portador passa a andar na ponta dos pés e progressivamente apresenta dificuldade em deambular. Além disso a modificação da posição do pé acarreta alterações da coluna, com desvios (escoliose) e defeitos de postura.
Um tratamento proposto para esta alteração é a cirurgia do tendão de Aquiles, denominada de tenotomia do tendão que nada mais é do que uma cirurgia de curta duração (menos de 30 minutos) onde é realizado cortes no tendão que promovem seu alongamento (há várias técnicas que podem ser utilizadas).
As indicações aceitas para esta cirurgia são:
1) Pacientes que não conseguem andar pela posição do pé
2) Pacientes que sentem muita dor ao andar
3) Pacientes que já necessitam de cadeira de rodas podem se beneficiar da cirurgia para prevenção de alterações da coluna e posturais.
O momento certo de realizar a cirurgia é objeto de controvérsia e deve ser decidido em conjunto entre familiares, médico clínico ou neurologista, ortopedista, fisioterapeuta, etc.
Estudos já realizados mostram que os pacientes portadores de Duchenne operados do tendão apresentam prolongamento da capacidade de deambular. No entanto em alguns casos a cirurgia não trás benefícios na deambulação e eventualmente aqueles que deambulavam com dificuldade perdem esta capacidade.
A cirurgia deve ser realizada por uma equipe (ortopedia e anestesista) habituada a tratar portadores de doenças neuromusculares. Cuidados especiais com a anestesia não podem ser esquecidos.
Após a cirurgia o paciente deve reiniciar um trabalho fisioterápico intensivo para evitar atrofia muscular e deve utilizar uma órtese fixa do tornozelo (durante o dia e a noite) para evitar que encurtamento do tendão volte a ocorrer. Está órtese pode ser feita de vários materiais e é feita sob medida para o paciente e deve estar pronta para se usada nos primeiros dias de pós operatório. Um exemplo desta órtese esta na foto a seguir.
Muitos especialistas recomendam esta órtese para ser utilizada desde o início do diagnóstico da Distrofia Muscular de Duchenne, antes mesmo do encurtamento do tendão, para retardá-lo ao máximo. Pode auxiliar na deambulação e muitas vezes é utilizada somente no período noturno.
Por:http://www.distrofiamuscular.net/tendao.htm
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